O regime PJ (Pessoa Jurídica) permite que o médico atue como prestador de serviço, mediante emissão de nota fiscal por sua própria empresa. Nesse formato, o profissional não tem vínculo empregatício — ou seja, não há subordinação direta, jornada fixa ou obrigações trabalhistas típicas da CLT, como 13º salário, férias remuneradas ou FGTS.
Já na contratação CLT, o médico é considerado empregado da instituição de saúde, com todos os direitos trabalhistas previstos na legislação. Embora o modelo CLT garanta estabilidade e benefícios, o regime PJ costuma oferecer maior flexibilidade, autonomia e rentabilidade líquida, especialmente quando há gestão tributária adequada.
No entanto, é importante destacar que a “pejotização indevida” — ou seja, quando o médico é contratado como PJ, mas exerce funções típicas de empregado — pode gerar riscos fiscais e trabalhistas tanto para o profissional quanto para o contratante.
Principais tributos aplicáveis ao médico PJ
Ao optar por atuar como PJ, o médico passa a se enquadrar no regime de tributação empresarial, o que exige atenção especial à apuração e ao pagamento de impostos. Os aspectos tributários dos plantões médicos PJ envolvem diferentes tributos, que variam conforme o regime fiscal escolhido.
Imposto de Renda e INSS
No modelo PJ, o Imposto de Renda é calculado sobre o lucro da empresa, e não sobre o salário bruto, o que geralmente resulta em menor carga tributária.
Além disso, a contribuição previdenciária pode ser feita de forma opcional e ajustada à renda do médico, garantindo mais liberdade de planejamento.
Simples Nacional x Lucro Presumido
O Simples Nacional é a opção mais comum entre médicos autônomos e pequenos consultórios, pois unifica tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia (DAS) e apresenta alíquotas reduzidas, geralmente entre 6% e 15,5%, dependendo do faturamento.
Já o Lucro Presumido pode ser mais vantajoso para clínicas com faturamento mais elevado, pois permite deduzir despesas e aplicar alíquotas fixas sobre a receita bruta.
ISS e ICMS na prestação de serviços médicos
Como a atividade médica é um serviço, incide o Imposto Sobre Serviços (ISS), de competência municipal. O ICMS não se aplica aos plantões, pois este é destinado à circulação de mercadorias.
Tributos e características por regime
| Critério | PJ (Pessoa Jurídica) | CLT (Empregado) |
| Vínculo trabalhista | Não há | Sim |
| Imposto principal | ISS / IRPJ / CSLL / PIS / COFINS | IRRF / INSS |
| Contribuição previdenciária | Opcional ou autônoma | Obrigatória |
| Carga tributária média | 6% a 15,5% | 27,5% |
| Benefícios trabalhistas | Não incluídos | Sim (13º, férias, FGTS) |
| Autonomia profissional | Alta | Limitada |
Enquadramento tributário ideal
Escolher o enquadramento tributário correto é essencial para equilibrar carga fiscal e conformidade legal.
- Simples Nacional: indicado para médicos com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, com menor burocracia e alíquotas progressivas.
- Lucro Presumido: ideal para clínicas e grupos médicos com receitas maiores ou que desejam aproveitar deduções.
- MEI: não é permitido para atividades médicas, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
Além disso, é importante cumprir as obrigações acessórias, como a entrega de declarações fiscais e contábeis mensais, e manter a escrituração em dia para evitar multas e autuações.
Aspectos fiscais específicos dos plantões
Nos plantões médicos PJ, o profissional deve emitir nota fiscal de serviço médico para cada instituição contratante, contendo o CNAE correto e a descrição da atividade.
É comum a ocorrência de retenções na fonte, como ISS e IRRF, que devem ser consideradas no cálculo dos tributos. As despesas dedutíveis incluem custos operacionais diretamente ligados à atividade, como aluguel de consultório, equipamentos, cursos e deslocamento. Já gastos pessoais não são dedutíveis.
Um bom planejamento contábil e tributário pode reduzir significativamente o valor devido e garantir que todas as retenções sejam compensadas corretamente.
Cuidados legais e planejamento tributário
O sucesso na gestão de aspectos tributários dos plantões médicos PJ depende de organização documental, contabilidade especializada e conhecimento técnico das regras fiscais.
Entre os principais cuidados estão:
- Formalizar contratos de prestação de serviços com cláusulas claras;
- Emitir notas fiscais corretamente, de acordo com o município;
- Evitar bitributação, garantindo que não haja cobrança duplicada de ISS;
- Manter controle financeiro com relatórios mensais e balancetes;
- Contar com uma assessoria especializada, como a Back4You, para garantir enquadramento correto e economia tributária real.
A importância da gestão tributária especializada
Entender os aspectos tributários dos plantões médicos PJ é essencial para que médicos e clínicas atuem com segurança, evitem autuações e aproveitem os benefícios fiscais disponíveis. O modelo PJ pode ser altamente vantajoso — desde que haja planejamento, transparência e suporte técnico.
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